Uns dias agitados por aqui pelos preparativos da festa de aniversário do Hari, não, do Homem Aranha.
Uma das cachorras maiores, Pagu, avançou na cachorra menor, a Rosa.
Mordeu.
Não largava e mordia mais.
Eu com toda a violência que me foi muito bem ensinada, peguei uma vassoura (dessa vez foi a vassourinha inofensiva do Hari...) e corri para cima das cachorras e bati. Batia e xingava.
Me chocava a covardia daquela cena.
A vassourinha do Hari não adiantou.
Joguei o cavalo de madeira dele montar. Joguei em cima das cachorras.
Elas pararam.
Briguei muito com a Pagu.
Disse que ela não deveria fazer isso. Nunca mais.
A prendi no canil.
Horas depois Hari com um pau batia na Guigui, sua cachorra companheira.
O pai dele o repreendeu.
Eu também, até que percebo que ele através de sua brincadeira está elaborando o que aconteceu antes.
Acolho a cena.
"Hari, eu bati nas cachorras antes porque a Pagu estava machucando muito a Rosa. Era o único jeito de separá-las. Eu não bato nelas à toa. Eu me sinto mal quando preciso fazer isso.... Mas quanto a bater na Guigui, talvez você devesse perguntar para ela se ela topa essa brincadeira. Se ela topar tudo bem. Se ela chorar, é melhor você parar. Combinado?"
"Combinado!!"
Processo elaborativo feito a quatro mãos.
Homem Aranha não bateu mais nas cachorras, mas me avisou:
"mãe, dizem que o Homem Aranha existiu no Rio Grande do Sul!!!"
Hari, 4 anos de vida