quinta-feira, 28 de junho de 2018

centésima trigésima oitava página


Na noite anterior ele montou quebra cabeças complicados. Sozinho. Era o mundo em partes. E lia de cabeça para baixo o nome de cada país.

Qual foi o dia que ele aprendeu isso?

No dia seguinte chegou na nova escola. Arisco.

Assisti ele enfrentando o coração batendo diante desse grande passo.
Me mantive ao lado. Silêncio.

Na escada encontrou uma amiga. Gargalhou. Foi um sopro de grito celebrante: estava em casa.
Na sequência encontrou mais dois outros amigos. Já era parte do que antes era estranho.

Na sala de aula todos se apresentando. Vi meu filho sendo recebido.
Fiquei atras dele. Ele em pé. Dignidade. Cada nome e cada idade narrada era ele um pouco mais ali.

Chorei.
Vi meu filho olhando para o novo mundo.
Fiquei atras guardiã e soltando a linha da pipa.

Logo ele sumiu. Já era um da turma.

Quando fui buscá-lo no meio do dia, apareceu com dois amigos. Os dois me disseram que era para deixá-lo. Um deles abraçou Hari, que então me sorriu.

Meu filho quisto.

No fim do dia ele já era um aluno há muito tempo. Todos os funcionários já sabiam quem ele era.
Ele: mamain quero estudar nessa escola. Tenho amigos antigos e novos.

Hari, 8 anos e 2 meses de vida