quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

décima sexta página

Na hora certa, deixar nascer é se separar. Retomar sua origem.
O parto é partir-se em dois.
criança X adulto.
agora eu = mãe.

Li em um livro que todas as mulheres dão a luz pensando na própria mãe.
Por isso vezes força, vezes dor.

Diz-se também nesse livro que os hormônios destinados a amaciar o corpo, amaciam também o espírito.

Li ainda que ao partir-se, ao parir, é preciso abrir os lábios, a boca, para que se abram também os lábios do sexo.
A boca debaixo.
Todos os nossos lábios estão entre o consciente e inconsciente. Entre o sim e o não.

E finalmente é preciso olhar. O olhar é o fio terra que percorre o corpo em movimento até a pélvis.

...
Com tudo isso vou me apercebendo que parir é transformação, é revisão, é saturnino.
(e é sempre a primeira vez, mesmo que não seja mais a primeira vez que se percorre esse caminho... e eu tô gostando disso)

28 semanas

2 comentários:

  1. Fazia tempo que eu não lia seu blog, mas sabe que passando por aqui vc parece outra Fabiolla?! E olha q eu não te conheço, apenas leio o que vc escreve. Mas é, vc parece renovada, leve e feliz. Como se tivesse tirado o peso das costas e deixado apenas o da barriga, que a essa altura, deve estar redonda e linda. Te leio renascida.
    Beijo grande
    Raiana

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  2. transformação...nascimento é te ver cada vez mais com brilho...e vêm aí outro brilho...e gente...gente é prá BRILHAR!!!como diz o poeta.
    Você? Você é MÃE!Está linda!

    brilhestrela

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