Os bebês são miragens. São.
O meu fica ali, existindo em meu apartamento e eu me acostumando com ele quando de repente ele me lança um olhar profundo, um olhar de quem tem um corpo muito maior do que os seus mais de 7 quilos; e sorri. Eu arrepio e sinto amor. E sinto também que sou muito pequena diante dessa beleza, dessa presença. Sinto que sou pouco, me envergonho. Ele sabe de minhas limitações.
Tenho como missão ser mãe dessa pessoa. Isso dói. E assusta.
Dói porque é uma missão grandiosa e solitária, e assusta porque é uma missão grandiosa e solitária.
Os bebês são seres celestiais e eu humana.
Sinto que eu tenho em casa um rei.
Sinto que meu filho é tão importante que muitas vezes me sinto ridícula quando me dirijo a ele no diminutivo. Ele é tão grande e tão bonito.
Meu filho é uma visão de luz.
Vê-lo dormir é assustador.
É surpreendê-lo uterino, secreto, espírito ainda. Do lado de lá.
Tão íntimo. Ser mãe é lê-lo no dia e espiá-lo na noite.
A cada dia é o primeiro dia. O primeiro dia de alguma coisa entre nós.
Todos os dias ainda são o primeiro dia depois do parto.
Hari sorri muito. Ri.
Eu acho que quando a pessoa começa a gargalhar é porque já é mais parte desse mundo. Ele gargalha tão lindamente, faz que busca o ar lá dentro, ri de dentro para fora. Ri com os pulmões e com as perninhas.
Hari já é desse mundo de cá.
Hari é do mundo de lá.
Meu filho é todo dourado.
Ele luze.
Ninguém percebeu isso ainda?
Hari, quase 4 meses de vida
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
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Fabíolla do céu!
ResponderExcluirmenina, que coisa mais linda do mundo, do universo!
obrigada por esse lindo texto!
me arrepiei, me emocionei pra valer...
abençoada seja! abençoados sejam seu bebê e seu marido!
Grande abraço
com admiração
oriana!!!! q honra! grata por me ler! muito bom compartilhar c vc minha visão, minha maternagem.
ResponderExcluirbjo grande