Há 6 anos, agora, eu achava que ia morrer de dor. Eu urrava. Eu estava bem pra além do meu limite já.
A dor do coração, da memoria, do trabalho, tudo, tava toda expandida. Corpo todo.
Eu estava como se numa jaula. Era o box do chuveiro. Eu olhava Ana Cristina Duarte: quero cesárea.
- não dá mais tempo.
As contrações vinham sem pausa. Era uma surra. Eu consegui ir, aos poucos, até a cama. De quatro me apoiei na bola. Pari. Tudo passou. Conheci meu bebê. Emoção de amor. Encontro. Amor aterrizante.
Passei a madrugada e o dia de hoje muito conectada com aquele dia. Tudo era paisagem estranha. Eu me senti alterada. O tempo e o espaço é uma ilusão.
Eu tinha muitos planos quando me tornei mãe. Tinha muitos planos pra hoje também, mas tudo tem sido diferente, e eu desafiada a estar presente, ligada no instante. Meio malabarista e artista do improviso.
Eu não tinha ideia de nada que tenho vivido nesses últimos 6 anos. Muitos loopings. Adoro todos. Mesmo os doloridos. Também os detesto.
Tô mais velha, tô mais madura, tô mais corajosa, e com mais clareza de que ser feliz é mais importante do que alcançar uma meta qualquer.
Tem sido forte ser mãe desse menino. Não consigo explicar, mas tá. Queria que a parte do futuro, nele, pudesse me ler agora. Queria dizer o quanto sou grata. O quanto sou falível. O quanto me arrependo dos erros. O quanto amo. O quanto quero atender sua missão, no que me é dado de missão.
Gratidão. Que lambada ser mãe. Tô feliz. Amo Hari. Admiro ele muito.
Mais uma vez: bem vindo filho!! Boa viagem!
Hari, 6 anos de vida
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