quinta-feira, 27 de março de 2014

septuagésima quinta página


A maternidade é a experiência mais avassaladora que já vivi.

E nunca cessa. Nunca pára de me avassalar.

A quase 4 anos mal durmo. E não é só porque bebês mamam a noite ou crianças maiores sentem saudades dos pais, é porque minha cabeça fervilha vulcanicamente e meu coração virou uma fábrica de ideias apaixonantes.

Nunca antes fui tão criativa.

Nunca antes o tempo foi tão curto pra dar conta da vida fervilhante.

Eu sinto que mães são seres muito potentes, até quando choram. Até quando se sentem sem poder algum.

Eu choro muito e me sinto sem poder muitas vezes, mas meu músculo anímico tão teimoso que não páro minha máquina interna e reconheço esse mesmo gesto em todas as mães ao meu redor.

Eu amo ser mãe, mesmo quando dói. E amo as mães que vim a conhecer depois que atravessei aquele rio- parto- intenso no dia do nascimento de meu filho.

Criar uma pessoa é, para mim, a coisa mais importante que posso fazer de minha vida. E mais confusa . E que mais me separa ao meio.

Eu sinto sim saudades dos dias que eu era uma só, uma pessoa sem divisórias tão escandalosas, mas nunca antes tanta doçura, tanto riso, tanta graça na convivência com outro ser.

Ele agora deu pra fazer caretas!
(mãe, vou me esconder. vou fazer uma careta pra você. leva um susto?)

To com medo. Daqui a pouco ele faz 4 anos e me sinto me despedindo de muita coisa, até dessa foto de perfil.

Medo- coragem.
E amor.
E roda de mulheres.

Hari, 3 anos e 10 meses de vida

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